Hoje eu e os bebês participamos da Marcha pela humanização
do parto.
A princípio eu não sabia se tinha “direito” de ir, porque
como meu parto não foi em casa, dentro de uma banheira, com direito a água
quente, doula, massagem etc eu cheguei a pensar que ficaria meio fora do
contexto.
Mas, pensando em toda essa questão de parto normal, parto “anormal”,
da legalização da assistência ao parto domiciliar (que foi o motivo da Marcha)
e de como foi o meu parto, eu passei a me sentir não só no direito, mas também no
dever de participar.
Simplesmente porque pra mim, parto humanizado
MESMO é um
processo e não uma escolha.
Ele começa no pré natal, quando a gente recebe as informações,
tira as dúvidas, se sente amparada e segura nesse período tão ímpar no qual nosso
corpo se doa inteiramente para um novo ser.
E segue por todas as consultas, nas quais a gente conversa
com nosso médico, expõe nossas vontades, desejos, medos e vai estreitando os
laços de confiança.
Ele é todas as escolhas que a gente faz pra ser melhor: começar
a fazer yoga, dança, pilates, meditação, ler todos os livros sobre gravidez, ouvir
músicas de ninar, descansar, fugir dos noticiários, não brigar, não ficar
nervosa, comer bem, dormir bem, escolher o nome, fazer o enxoval, sonhar,
sonhar, sonhar, chorar, chorar, chorar, sorrir, sorrir, sorrir.
Ele é um planejamento com plano A e plano B, por isso nele
não existe frustração, só realização.
E esse parto humanizado que eu defendo e acho que todas as
futuras mamães tem o direito de ter.
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Pe e Vale rodeando os apetrechos do teatro |
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Hora do mamaço: coisa mais linda |